Spotify ou Tidal?
Abril 16, 2024
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Abril 16, 2024
Abril 15, 2024
Abril 12, 2024
Com uma excelente banda sonora original, Nanni Moretti filma (e interpreta) a divertida história dum realizador de cinema em crise nostálgica e existencial. Um filme dentro de outro filme, já que acompanhamos a rodagem da sua última película. Palco para assistirmos à erosão do seu casamento, ao seu confronto com a indústria de streaming, às suas retratadas desilusões políticas e cinematrográficas. O personagem principal parece assim posto em causa por quase todos os outros - desde a sua filha até aos actores do seu filme. À sua maneira "um filme subversivo". Ainda pode ser adquirido em DVD aqui, por todos aqueles que partilham de alguns dos ideais do italiano. (Ver trailer)
Abril 11, 2024
A história do comunismo deverá ter-nos ensinado duas coisas. A primeira lição, agora extraída por muitos autores, é o ponto de destrutibilidade a que pode chegar o pensamento utópico dogmático. A segunda lição, muito mais negligenciada hoje em dia, é o perigo das desigualdades acentuadas e das injustiças notórias, pois elas podem tornar muito fascinantes essas políticas utópicas. Desde 1989 que os poderes dominantes não aprendem nenhuma destas lições. Ao reagirem vincadamente contra as utopias comunistas, liberais dogmáticos messiânicos procuram exportar o seu sistema por todo o planeta, por vezes recorrendo à força. Talvez só agora, castigados pelas crises de 2008, possamos finalmente aprender com a história do comunismo. Só assim poderemos ser poupados a mais um acto sangrento na tragédia de Prometeu.
excerto de A bandeira vermelha, de David Priestland
Abril 10, 2024
O medo perante a nova realidade que se nos abriu, para a qual não estamos preparados e diante da qual somos impotentes, e por isso a melhor defesa, segundo nos parece, é criar pequenos cubos não do passado, mas dos nossos mitos. Fomos lançados da nossa própria história para o tempo comum. A princípio parecia-nos que sería fácil inserir-nos nesse mundo. A consciência das massas tinha esperanças, teremos as mesmas montras, os mesmos armazéns. Os intelectuais pensavam que assim, de passagem, ficariam ao nível da elite mundial. Mas verificou-se que nada era assim tão fácil. Que esse é um enorme trabalho, que exige pessoas livres, que nós não éramos, e pensamento livre, que não tínhamos. E não caminhámos para o mundo, antes nos afastámos dele.
excerto de O fim do homem soviético, de Svetlana Aleksievitch (Porto Editora)