Arco de libros
Julho 31, 2024
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Julho 31, 2024
Julho 30, 2024
E se nos atrevêssemos a pensar, novamente, na relação entre saber e emancipação? Parecem palavras gastas e ingénuas. Mas é este justamente o efeito desmobilizador que o poder persegue hoje: ridicularizar a capacidade de nos auto-educarmos para construirmos, em conjunto, um mundo mais habitável e justo. Propõe-nos todo o tipo de gadgets para a salvação: tecnologia e discursos a la carte. Líderes e bandeiras. Siglas. Bombas. Embarcam-nos em projectos de inteligência delegada, nos quais poderemos ser tão estúpidos como os humanos demonstraram ser, porque o mundo e os seus dirigentes serão inteligentes por nós. Um mundo smart para habitantes irremediavelmente idiotas.
excerto de Novo Iluminismo Radical, de Marina Garcés (Orfeu Negro)
Julho 29, 2024
Julho 26, 2024
A emigração dos Huguenotes de Jan Antoon Neuhuys
Os exemplos da antiga Jugoslávia na década de 1990, da Irlanda do Norte na década de 1980, da Guerra de Chipre de 1974 e dos conflitos servo-croata, servo-bósnio e polaco-ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial demonstram, todos eles, que a violência com motivacões religiosas não terminou com a modernidade e com a concomitante secularização. A religião - ou, para ser mais rigoroso, o pretexto dos argumentos religiosos - continuou a desempenhar um papel essencial nos conflitos e nas guerras da Europa, hostilidades em que a violência entre grupos populacionais e em que os criminosos individuais ficaram fora de controlo.
Dificilmente se pode afirmar, portanto, que a Europa Ocidental aprendeu a sua lição na Guerra dos Trinta Anos ou com os huguenotes, ou que tem sido um reduto de tolerância religiosa desde o Iluminismo. Os esforços para retratar uma identidade europeia baseada na tolerâcia são bem-intencionados, mas são tão sólidos quanto a afirmação de que a Europa supliantou o nacionalismo radical por causa das duas guerras mundiais do século xx. A violenta dissolução da Jugoslávia, na década de 1990, demonstrou, uma vez mais, a virulência do nacionalismo carregado de religiosidade e a tenacidade dos argumentos (pseudo) religiosos.
excerto de Os intrusos, Refugiados na Europa desde 1492, de Phillip Ther (Edições 70)
Julho 25, 2024