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Leituras Improváveis

"Un individu ne peut être efficacement manipulé que s'il éprouve un sentiment de liberté"

Leituras Improváveis

"Un individu ne peut être efficacement manipulé que s'il éprouve un sentiment de liberté"

Is the First Amendment Obsolete?

Outubro 31, 2024

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The most important change in the expressive environment can be boiled down to one idea: it is no longer speech itself that is scarce, but the attention of listeners. Emerging threats to public discourse take advantage of this change. As Zeynep Tufekci puts it, “censorship during the Internet era does not operate under the same logic [as] it did under the heyday of print or even broadcast television.” Instead of targeting speakers directly, it targets listeners or it undermines speakers indirectly. More precisely, emerging techniques of speech control depend on (1) a range of new punishments, like unleashing “troll armies” to abuse the press and other critics, and (2) “flooding” tactics (sometimes called “reverse censorship”) that distort or drown out disfavored speech through the creation and dissemination of fake news, the payment of fake commentators, and the deployment of propaganda robots. As journalist Peter Pomerantsev writes, these techniques employ “information . . . in weaponized terms, as a tool to confuse, blackmail, demoralize, subvert and paralyze.”

The First Amendment first came to life in the early twentieth century, when the main threat to the nation’s political speech environment was state suppression of dissidents. The jurisprudence of the First Amendment was shaped by that era. It presupposes an information-poor world, and it focuses exclusively on the protection of speakers from government, as if they were rare and delicate butterflies threatened by one terrible monster.

But today, speakers are more like moths—their supply is apparently endless. The massive decline in barriers to publishing makes information abundant, especially when speakers congregate on brightly lit matters of public controversy. The low costs of speaking have, paradoxically, made it easier to weaponize speech as a tool of speech control. The unfortunate truth is that cheap speech may be used to attack, harass, and silence as much as it is used to illuminate or debate. And the use of speech as a tool to suppress speech is, by its nature, something very challenging for the First Amendment to deal with. In the face of such challenges, First Amendment doctrine seems at best unprepared. It is a body of law that waits for a pamphleteer to be arrested before it will recognize a problem. Even worse, the doctrine may actually block efforts to deal with some of the problems described here

 

Sources:

https://knightcolumbia.org/content/tim-wu-first-amendment-obsolete

https://constitution.congress.gov/constitution/amendment-1/

 

Uma conversa bastante interessante sobre o sistema político americano...

Outubro 29, 2024

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José Gomes André é Professor Auxiliar na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e investigador de Filosofia Política. É um dos maiores especialistas em Portugal na História e nas ideias políticas que definiram o sistema político dos Estados Unidos. Doutorou-se em Filosofia Política na mesma faculdade, com uma dissertação dedicada ao pensamento de James Madison. Trabalha actualmente num pós-doutoramento sobre federalismo, no horizonte da filosofia política moderna e contemporânea.

https://pod.link/1292782109/episode/97817c04a0fb3e59294291f2ec387459

 

 

 

Breve História Mundial da Esquerda, de Shlomo Sand

Outubro 25, 2024

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Tacteando no escuro

Não dispomos actualmente de dados suficientes para decifrar os processos mentais e políticos em curso. Contudo, a crise da pandemia evidenciou a aceleração dos fenómenos que a precederam. Deste modo, explosões de raiva social, durante a epidemia, fizeram sobressair a dimensão apolítica e por vezes irracional do comportamento das massas. As manifestações contra as restrições e os confinamentos, decretados por governos tanto de direita quanto de esquerda para impedir a propagação da doença, revelam uma ira populista e uma frustração cega que aspiram a limitar o papel do Estado em relação à sociedade civil sem a proposta de uma alternativa, por menor que seja. A sensibilidade actual está, mais do que nunca, imersa nos vapores paranóicos de teorias conspirativas e na retirada chauvinista em nome de uma soberania nacional que supostamente deveria resolver todos os problemas.

Os governos concederam ajudas financeiras com o objectivo de acalmar a raiva dos povos e de permitir o regresso aos negócios, mas grande parte dessas somas acabaram nos bolsos do patronato. Isto não se parece em nada, portanto, com o início de um novo Estado-providência, e não surgiu nenhum sinal de intervenção pública destinada a travar a livre circulação de capitais e a reduzir o controlo do poder financeiro sobre a economia. A implementação de uma politica económica mais igualitária requer que as forças sociais se organizem e criem novas relações de forças.

Estaremos a assistir à gestação de movimentos ou correntes susceptíveis de abrir caminho para outro New Deal? Há intelectuais de esquerda a pôr novamente na ordem do dia uma série de opções social-democratas e keynesianas. Outros elaboram teorias audaciosas e reivindicações ecológicas, enquanto outros ainda desejam estimular um debate substantivo sobre perspectivas «pós-capitalistas». Em todo o caso, ninguém parece realmente capaz de determinar que agentes sociais poderiam ser as figuras de uma mudança política no sentido de uma sociedade igualitária e justa.

Face ao aumento do desemprego, avançam-se ideias originais, como a redução e a partilha do tempo de trabalho. Tal como no início do século XX se conquistou a jornada de trabalho de oito horas, agora considerada a norma, impõe-se uma nova redução do tempo de trabalho tendo em conta os actuais níveis de produtividade. Além disso, como resposta a uma situação em que tanta gente, de todas as idades, se encontra privada de emprego, os economistas progressistas propuseram a implementação de um rendimento básico universal ou de um salário vitalício. O acesso à habitação social, a gratuitidade do ensino superior e, claro, a cobertura universal de saúde constituem outros tantos objectivos importantes de quem aspira a uma sociedade mais justa.

A realização desses e de outros objectivos implica a constituição de um bloco histórico que inclua as classes sociais cujos interesses exigem reformas radicais. Os estratos assalariados urbanos, em posição de força, empregados no sector privado da alta tecnologia ou nos serviços públicos (administração, educação, saúde, cultura, etc.), devem conceber o seu futuro sobretudo numa aliança com outras categorias situadas na base da escala social; por enquanto, não surpreende que estas últimas demonstrem uma evidente hostilidade para com os «funcionários privilegiados e protegidos», hostilidade que se exprime sob a forma de antiliberalismo e chauvinismo. Quando os assalariados «de cima se derem conta de que o seu futuro depende dos assalariados «de baixo», em particular dos mais novos, e quando estes últimos estiverem cansados do culto inútil prestado aos ídolos populistas, poderão emergir estratégias que levem a uma política diferente, reformista ou revolucionária. Infelizmente, ainda não é esse o caso.

E, perante tudo isto, o que dizer da exausta esquerda? Conta-se que Galileu, vergado pela Inquisição, depois de confessar ter-se enganado nas suas reflexões sobre o movimento da Terra à volta do Sol, não pôde deixar de exclamar ao sair do tribunal: «E, contudo, ela move-se!» Tanto os pessimistas da inteligência como os optimistas da vontade são convidados a adoptar esta afirmação, mesmo que não seja certo que ela alguma vez tenha sido realmente pronunciada.

excerto de Breve História Mundial da Esquerda, de Shlomo Sand (Zigurate)

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