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Novembro 04, 2024
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Novembro 04, 2024
Junho 17, 2024
Portanto, a invocação do Holocausto tornou-se uma artimanha para tornar ilegítimas todas as críticas aos judeus, como se só pudessem resultar de um ódio patológico.
Os meus pais perguntavam-se muitas vezes por que razão eu me indignava tanto com a falsificação e exploração do genocídio nazi. A resposta mais óbvia é que têm servido para justificar políticas criminosas do Estado israelita e o apoio americano a essas políticas. Também tenho um motivo pessoal. Dou importância à memória das perseguições à minha família. A actual campanha da indústria do Holocausto para extorquir dinheiro à Europa em nome das "vítimas necessitadas do Holocausto" reduziu o estatuto moral do seu martírio ao de um casino de Monte Carlo. No entanto e independentemente desta preocupação, continuo convencido de que é importante preservar a integridade do registo histórico e lutar por ela. Nas páginas finais deste livro afirmo que, ao estudar o holocausto nazi, poderemos aprender muito não apenas sobre "os alemães" ou os goyim*, mas sobre todos nós. Porém, penso que para isso, para verdadeiramente aprendermos algo com o holocausto nazi, há que reduzir a sua dimensão física e ampliar a sua dimensão moral. Aplicaram-se demasiados recursos públicos e privados na celebração da memória do genocídio nazi. A maior parte do que se fez não tem validade: não é um tributo ao sofrimento dos judeus, mas ao poder judaico. Já é altura de abrirmos os nossos corações aos restantes sofrimentos da humanidade. Esta foi a principal lição que recebi de minha mãe. Nunca a ouvi dizer: Não compares. Ela comparava sempre. Claro que há que fazer distinções históricas. Mas construir distinções morais entre os "nossos" sofrimentos e o "dos outros" é em si uma deformação da moral. "Não se pode comparar dois seres infelizes", dizia Platão, "e afirmar que um é mais feliz que o outro". Diante dos sofrimentos dos afro-americanos, dos vietnamitas e dos palestinianos, o credo da minha mãe foi sempre: "Todos nós somos vítimas do holocausto".
NORMAN FINKELSTEIN
Nova Iorque, Abril de 2000
* Os que não professam a fé hebraica (N. da T.).
excertos de A Indústria do Holocausto, de Norman G. Finkelstein (reeditado recentemente pela Antígona)
Abril 26, 2024