2084. O fim do mundo, de Boualem Sansal
Agosto 27, 2024
A religião talvez nos faça amar Deus mas nada é mais forte que ela para nos fazer detestar o homem e odiar a humanidade.
excerto de 2084. O fim do mundo, de Boualem Sansal
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Agosto 27, 2024
A religião talvez nos faça amar Deus mas nada é mais forte que ela para nos fazer detestar o homem e odiar a humanidade.
excerto de 2084. O fim do mundo, de Boualem Sansal
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Agosto 16, 2024
Em suma, o ressurgimento religioso no mundo é uma reacção contra o secularismo, o relativismo moral e a auto-satisfação e uma reafirmação dos valores da ordem, da disciplina, do trabalho, da ajuda mútua e da solidariedade humana. Os grupos religiosos satisfazem necessidades atentididas pelas burocracias estatais. Incluem o fornecimento de serviços médicos e hospitalares, cuidados com idosos, socorro rápido depois de catástrofes naturais, ou de outro tipo e apoios de segurança social durante períodos de carência económica. O colapso da ordem e da sociedade civil cria vazios que são preenchidos por grupos religiosos, frequentemente fundamentalistas.
excerto de O choque das civilizações, de Samuel Huntington
Julho 26, 2024
A emigração dos Huguenotes de Jan Antoon Neuhuys
Os exemplos da antiga Jugoslávia na década de 1990, da Irlanda do Norte na década de 1980, da Guerra de Chipre de 1974 e dos conflitos servo-croata, servo-bósnio e polaco-ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial demonstram, todos eles, que a violência com motivacões religiosas não terminou com a modernidade e com a concomitante secularização. A religião - ou, para ser mais rigoroso, o pretexto dos argumentos religiosos - continuou a desempenhar um papel essencial nos conflitos e nas guerras da Europa, hostilidades em que a violência entre grupos populacionais e em que os criminosos individuais ficaram fora de controlo.
Dificilmente se pode afirmar, portanto, que a Europa Ocidental aprendeu a sua lição na Guerra dos Trinta Anos ou com os huguenotes, ou que tem sido um reduto de tolerância religiosa desde o Iluminismo. Os esforços para retratar uma identidade europeia baseada na tolerâcia são bem-intencionados, mas são tão sólidos quanto a afirmação de que a Europa supliantou o nacionalismo radical por causa das duas guerras mundiais do século xx. A violenta dissolução da Jugoslávia, na década de 1990, demonstrou, uma vez mais, a virulência do nacionalismo carregado de religiosidade e a tenacidade dos argumentos (pseudo) religiosos.
excerto de Os intrusos, Refugiados na Europa desde 1492, de Phillip Ther (Edições 70)
Junho 17, 2024
Portanto, a invocação do Holocausto tornou-se uma artimanha para tornar ilegítimas todas as críticas aos judeus, como se só pudessem resultar de um ódio patológico.
Os meus pais perguntavam-se muitas vezes por que razão eu me indignava tanto com a falsificação e exploração do genocídio nazi. A resposta mais óbvia é que têm servido para justificar políticas criminosas do Estado israelita e o apoio americano a essas políticas. Também tenho um motivo pessoal. Dou importância à memória das perseguições à minha família. A actual campanha da indústria do Holocausto para extorquir dinheiro à Europa em nome das "vítimas necessitadas do Holocausto" reduziu o estatuto moral do seu martírio ao de um casino de Monte Carlo. No entanto e independentemente desta preocupação, continuo convencido de que é importante preservar a integridade do registo histórico e lutar por ela. Nas páginas finais deste livro afirmo que, ao estudar o holocausto nazi, poderemos aprender muito não apenas sobre "os alemães" ou os goyim*, mas sobre todos nós. Porém, penso que para isso, para verdadeiramente aprendermos algo com o holocausto nazi, há que reduzir a sua dimensão física e ampliar a sua dimensão moral. Aplicaram-se demasiados recursos públicos e privados na celebração da memória do genocídio nazi. A maior parte do que se fez não tem validade: não é um tributo ao sofrimento dos judeus, mas ao poder judaico. Já é altura de abrirmos os nossos corações aos restantes sofrimentos da humanidade. Esta foi a principal lição que recebi de minha mãe. Nunca a ouvi dizer: Não compares. Ela comparava sempre. Claro que há que fazer distinções históricas. Mas construir distinções morais entre os "nossos" sofrimentos e o "dos outros" é em si uma deformação da moral. "Não se pode comparar dois seres infelizes", dizia Platão, "e afirmar que um é mais feliz que o outro". Diante dos sofrimentos dos afro-americanos, dos vietnamitas e dos palestinianos, o credo da minha mãe foi sempre: "Todos nós somos vítimas do holocausto".
NORMAN FINKELSTEIN
Nova Iorque, Abril de 2000
* Os que não professam a fé hebraica (N. da T.).
excertos de A Indústria do Holocausto, de Norman G. Finkelstein (reeditado recentemente pela Antígona)
Abril 01, 2024
Os cientistas têm uma expressão para as hipóteses que são absolutamente inúteis até para aprender com os erros. Referem-se a elas como estando 'nem sequer erradas'. A maioria do discurso pseudo-espiritual é desta natureza.
excerto de Deus não é grande, de Christopher Hitchens
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